Confiram matéria publicada hoje na página Porvir. Iniciativas como esta devem ser valorizadas e estimuladas, para que os talentos dessas crianças possam se desenvolver para que, no futuro, sejam capazes de contribuir para uma sociedade melhor para todos.
Maria Carolina
Carvalho, 17, sonhava em conhecer o Mato Grosso do Sul “por causa
do verde”, mas deixou pela primeira vez sua cidade natal –
Glória do Goitá, a 60 km de Recife, Pernambuco – para pisar não
no estado do centro-oeste do país, mas em outro continente. Há
menos de um mês, Carolina vive em Ontario, Canadá, onde permanecerá
por um semestre estudando em uma high school (escola de ensino
médio). A jovem é uma entre os 1.103 estudantes de escolas públicas
de Pernambuco que participam do programa de intercâmbio Ganhe o
Mundo, iniciativa do governo estadual que está levando alunos para
países como Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Espanha.
Segundo Anderson Gomes,
secretário de educação de Pernambuco, o programa quer fazer com
que estudantes, em larga escala, aprendam uma segunda língua visando
as oportunidades do Ciência Sem Fronteiras, da Copa do Mundo e dos
Jogos Olímpicos. “A proposta é sem precedentes não apenas no
Brasil, mas no mundo. Queremos fazer uma ação mais abrangente, de
grande impacto, para que os estudantes tenham uma imersão na
educação de uma maneira diferenciada. A grande maioria dos alunos é
desmotivada porque só têm a sala de aula como a referência”,
diz.
A primeira turma, com
560 intercambistas, embarcou para fora do país entre os meses de
agosto e setembro. Maria Carolina foi uma delas. “ As pessoas aqui
no Canadá são muito acolhedoras. No início, tive um pouco de
dificuldade, mas agora está melhorando. Eu sou apaixonada pelo o
inglês e meu sonho está sendo realizado a cada dia que passa”,
afirma. Maria Carolina volta ao Brasil em fevereiro.
O próximo grupo está
com viagem marcada para janeiro do ano que vem. Durante o período do
intercâmbio – que dura em média seis meses –, os estudantes
moram na casa de uma família e continuam os estudos em uma escola de
ensino médio local. Além disso, recebem uma bolsa mensal no valor
de US$ 300 (cerca de R$ 600).
O processo seletivo do
programa começa com 24 mil vagas para os cerca de 100 mil alunos do
1o ano. As vagas são para participar de cursos intensivos de
espanhol e inglês (23 mil deles estudam a língua inglesa e 1 mil
aprendem o espanhol). Os alunos, nessa primeira etapa, são
selecionados de acordo com seu rendimento escolar. Até o final 2014,
afirma Gomes, a estimativa é que ao menos 50 mil jovens estejam
dominando um segundo idioma.
Numa segunda fase,
aqueles que tiverem notas acima de sete em todas as disciplinas e uma
frequência escolar e no curso acima de 80% são ranqueados por
desempenho. Os melhores preenchem as vagas para o intercâmbio.
Perspectivas
A experiência de
intercâmbio, afirma o secretário, vai garantir aos estudantes mais
chances em outros programas já existentes como o Ciências Sem
Fronteiras. “Muitos alunos perdem a oportunidade de estudar fora,
como é o caso desse programa federal, por conta da baixa ou nenhuma
fluência de uma segunda língua. Daqui a três anos, os estudantes
pernambucanos estarão em uma plataforma diferenciada, capazes de
competir por essas vagas”, diz. Outra preocupação, afirma Gomes,
é o fato Recife ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.
Pernambuco tem se
destacado no cenário nacional por meio das suas inciativas de
educação, como é o caso do chamado Colégio Pernambucano, de
educação integral como já contamos aqui no Porvir. Segundo Gomes,
a estimativa é que em 2014, todas as escolas de ensino médio adotem
o modelo de educação integral, de tempo integral ou semi-integral.
Atualmente, há 217 escolas que desenvolvem esse modelo na rede
estadual. “A educação integral faz com que o aluno e os
professores estabeleçam um vínculo maior com a escola e a
comunidade. Proporciona uma grande diferença na formação dos
estudantes, porque desenvolve o protagonismo juvenil por meio dos
’projetos de vida’ dos jovens”, diz.
por Vagner de Alencar
Porvir
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